A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro prenderam, na noite desta quarta-feira (28/2), o dono do ferro-velho que recebeu, realizou o desmanche e descartou o veículo utilizado pelos assassinos da vereadora Marielle Franco (PSol) e do motorista Anderson Gomes.
Segundo a corporação, o homem, que já havia sido denunciado pelo MP em agosto de 2023, foi preso próximo à casa dele, no bairro de Santa Cruz da Serra, município de Duque de Caxias (RJ).
O mandado de prisão foi expedido pela 3ª Câmara Criminal da Capital. Segundo a denúncia, o acusado impediu e atrapalhou as investigações de infrações penais envolvendo organização criminosa. As ações dele, segundo o órgão ministerial, teriam causado sérios prejuízos à elucidação do crime.
O preso foi conduzido à Superintendência Regional da PF, na Praça Mauá, para as formalidades decorrentes da prisão judicial. Ele será encaminhado ao sistema prisional, onde permanecerá à disposição da Justiça.
O carro utilizado na emboscada contra a vereadora foi um Chevrolet Cobalt.
Em deleação premiada, o ex-policial militar Élcio de Queiroz confessou ter dirigido o veículo e afirmou que Ronnie Lessa, com uma submetralhadora, fez os disparos contra o carro em que estavam Marielle e Anderson.
O crime ocorreu na noite de 14 março de 2018 na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, na Região Central do Rio.
Segundo reportagem do The Intercept Brasil, o ex-PM Ronnie Lessa, em delação ainda não homologada pela Justiça, teria apontado como mandante do assassinato o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão.Entre outros pontos, a reportagem afirma que Lessa teria indicado a suposta motivação para o crime: “A principal hipótese para que Domingos Brazão ordenasse o atentado contra Marielle é vingança contra Marcelo Freixo, ex-deputado estadual pelo PSol, hoje no PT, e atual presidente da Embratur”.
Em entrevista ao Metrópoles, Domingos Brazão negou que tenha sido mandante do assassinato da vereadora. Segundo o político, o uso do nome dele poderia ser parte de uma estratégia dos executores do crime para proteger alguém.
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