O ex-presidente Jair Bolsonaro disse em discurso nesse sábado (6) que se coloca à disposição da imprensa para, por 2h e ao vivo, “ser sabatinado sobre qualquer coisa”.
Bolsonaro deu a declaração em um evento que reúne, neste fim de semana, políticos conservadores em Camboriú (SC). É a Conferência da Ação Política Conservadora (CPAC), versão brasileira do evento Conservative Political Action Conference, considerado o maior fórum conservador dos Estados Unidos.
O presidente da Argentina, Javier Milei, é um dos convidados.
Em um fala na abertura do evento, Bolsonaro buscou exaltar a ideologia conservadora para o desenvolvimento do Brasil. Ressaltou que o país é feito de pessoas cristãs e trabalhadores ordeiros.
Seguindo o raciocínio, o ex-presidente afirmou que o país está muito perto de atingir o sucesso como nação, mas que algumas coisas ainda “atrapalham”. Ele não exemplificou o que seriam essas coisas.
Na sequência, disse que está à disposição da “grande imprensa” que o critica.
“Apesar de quaisquer outras questões que nos atrapalham, tenho certeza. Termino aqui sem citar nomes, mas à grande imprensa que me critica, estou à disposição de vocês por duas horas para ser sabatinado sobre qualquer coisa. Se acham que vão me desgastar, saibam que as mídias sociais nos deram a liberdade e, por isso, querem censurar”, afirmou Bolsonaro.
Ele ressaltou que se propõe a responder às perguntas por 2h, desde que seja ao vivo.
“Repito, estou à disposição por duas horas. Será a maior audiência da história dessa televisão, pode ter certeza. Estou pronto para discutir sobre tudo, qualquer assunto, ao vivo, sem manipulação e sem edições”, completou.
Nesta sexta-feira (5), a Polícia Federal enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o indiciamento de Bolsonaro e mais 11 pessoas no caso das joias sauditas. No discurso, o ex-presidente não mencionou o indiciamento.
Conjuntos de joias milionárias foram dadas de presente pelo governo da Arábia Saudita ao governo brasileiro quando Bolsonaro era presidente. As investigações da PF apontam que Bolsonaro e auxiliares tentaram transformar as joias em patrimônio pessoal, em vez de patrimônio do Estado, como manda a lei.
A PF indiciou Bolsonaro por três crimes: peculato, que é a apropriação de bens públicos, associação criminosa e lavagem de dinheiro (entenda aqui os crimes).
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