O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, anunciou nesta quinta-feira (14) que irá entregar o pedido de renúncia do cargo ao presidente, segundo uma nota divulgada pelo seu gabinete.
O presidente Sergio Mattarella, no entanto, rejeitou o pedido de renúncia de Draghi. Mattarella pediu para que Draghi converse com o Parlamento sobre a situação política.
As tensões políticas na Itália aumentaram recentemente: o Movimento 5 Estrelas (M5E), que faz parte da base aliada, boicotou uma votação de moção de desconfiança no governo. O governo venceu no voto, mas o boicote, aparentemente, deixou Draghi contrariado.
O primeiro-ministro disse nesta semana que seu governo não poderia continuar sem o apoio do M5E e descartou liderar uma coalizão com composição diferente.
Giuseppe Conte, ex-chefe de governo e atual líder do M5E, anunciou na noite de quarta-feira (13) que os senadores de seu partido não iriam comparecer ao voto de confiança, o que de produziu uma crise de governo ao perder a maioria para governar.
A recusa de Conte se deve ao fato de que o decreto-lei proposto por Draghi, com medidas para ajudar famílias e empresas contra a inflação, também contém um projeto para construir um incinerador de lixo para Roma, ao qual os antissistemas se opõem energicamente por considerá-lo caro, poluente, ineficiente e ultrapassado como tecnologia.
Nas votações de confiança desta quinta-feira no Senado, o governo italiano ganhou a moção de confiança por 172 a 39. Durante a votação da semana passada na Câmara dos Deputados, o M5E votou a confiança no governo, mas depois se absteve de votar o decreto-lei.
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