Fracassou novamente. A reunião entre representantes dos presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, terminou sem consenso, e os bombardeios no Leste Europeu continuarão.
O porta-voz ucraniano, Mykhailo Podoliyak, confirmou que uma nova reunião será realizada nesta quarta-feira (16/3) — será a sexta tentativa de acordo.
“Vamos continuar amanhã. Um processo de negociação muito difícil. Existem contradições fundamentais. Mas definitivamente há espaço para concessões. Durante o intervalo, o trabalho continuará em subgrupos”, informou.
A negociação do cessar-fogo foi retomada após o encontro de segunda-feira (14/3) acabar com uma “pausa técnica”. Um formalismo que significa falta de concordância político-diplomática.
O recrudescimento da guerra fez o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mudar de ideia e viajar à Europa. O norte-americano participará de uma reunião emergencial da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), na próxima semana.
A viagem é simbólica e estratégica. A intenção de Biden é demonstrar união e fazer com que o presidente russo, Vladimir Putin, recue. Além disso, o norte-americano negociará com líderes europeus mais sanções econômicas contra a Rússia.
Será a primeira visita de Biden ao continente após o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro. A cúpula da aliança militar se reúne, em Bruxelas, em 24 de março.
“Vamos abordar a invasão da Ucrânia pela Rússia, nosso forte apoio à Ucrânia, e fortalecer ainda mais a dissuasão e a defesa da Otan”, anunciou o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, ao ressaltar que o momento é “crítico”.
A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, deu detalhes do que Biden fará. “Enquanto ele estiver lá, seu objetivo é se encontrar pessoalmente com seus colegas europeus e conversar, avaliar onde estamos neste momento do conflito na invasão da Ucrânia pela Rússia. Estamos incrivelmente alinhados até hoje”, adiantou.
Em entrevista nesta terça-feira (15/3), Psaki afirmou que a entidade está preocupada com o possível uso de armas químicas e biológicas pelo Exército russo.
A representante frisou: “Preocupa-nos que, de fato, estejam planejando isso [uso de armas químicas e nucleares]. Qualquer uso de armas químicas será violação ao direito internacional”.
A Otan confirmou que 40 mil soldados estão na fronteira da Ucrânia. Esta é a primeira vez que a entidade militar liderada pelos Estados Unidos divulga o efetivo no Leste Europeu.
Na semana passada, a vice-presidente americana, Kamala Harris, viajou para a Polônia, que faz fronteira com a Ucrânia e recebe o maior número de refugiados que deixam o país em guerra.
Os primeiros-ministros da Polônia, Mateusz Morawiecki; da República Tcheca, Petr Fiala; e da Eslovênia, Janez Janša; viajaram para Kiev nesta terça-feira.
A visita é uma sinalização de apoio à Ucrânia por parte da União Europeia. Eles são os primeiros líderes que visitam a capital ucraniana desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro.
Com risco extremo, o prefeito de Kiev, Wladimir Klitschko, decretou um toque de recolher de 35 horas na cidade, onde está concentrado o poder do país. A medida vai valer da noite desta terça-feira (15/3) até quinta-feira (17/3).
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