As movimentações político-diplomáticas em torno da guerra na Ucrânia continuam pressionando os governos ao redor do mundo no 22º dia de conflito.
Na manhã desta quinta-feira (17/3), russos e ucranianos retomaram, por videoconferência, a reunião que discute os pontos de um possível cessar-fogo.
Agora, os negociadores que representam os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, tentarão entrar em consenso em três pontos: militares, políticos e humanitários.
O mundo acompanha com atenção as conversas, que ganharam mais fôlego após a divulgação do que seria um esboço para o acordo de paz.
Em Moscou, Putin reuniu o gabinete ministerial e cobrou políticas para a Crimeia, anexada ao território russo em 2014, e para Donbass, região ucraniana separatista pró-Rússia.
No início da reunião, Putin cobrou do governo políticas de infraestrutura e economia para as duas regiões. Essa é uma sinalização de que ele não pretende recuar no conflito.
Uma das exigências de Zelensky para firmar um acordo de paz é justamente a devolução da Crimeia e a desocupação de Donbass. O presidente ucraniano quer que a configuração do território do país volte a ser como era em 1991, no fim da União Soviética.
Durante a tarde, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reúne em caráter extraordinário para discutir a crise no Leste Europeu.
Países ocidentais convocaram reunião emergencial. Reino Unido, Estados Unidos, Albânia, França, Noruega e Irlanda pediram a sessão.
“A Rússia está cometendo crimes de guerra e atacando civis. A guerra ilegal da Rússia na Ucrânia é um perigo para todos nós”, justificou a missão diplomática britânica na ONU, em comunicado.
O país liderado por Vladimir Putin já foi duramente criticado no Conselho de Segurança e teve uma resolução que condena a guerra aprovada em uma reunião extraordinária da Assembleia Geral da ONU.
O governo ucraniano fez novos apelos para um cessar-fogo na quarta-feira (16/3). A administração do presidente Volodymyr Zelensky citou o drama dos civis atingidos pela guerra e avisou: reconstruir o país hoje custaria ao menos US$ 500 bilhões.
Para o leitor ter dimensão do impacto do conflito na realidade do país, seriam necessários, na cotação de quarta-feira do Banco Central do Brasil, cerca de R$ 2,5 trilhões para a reparação.
Na noite de quarta-feira, em pronunciamento gravado, Zelensky afirmou que é preciso “garantias de segurança nacional, soberania, restauração da integridade territorial, garantias de proteção reais para o país”. O presidente ucraniano ressaltou que suas exigências “são absolutamente claras”, afirmou na gravação.
Enquanto russos e ucranianos não se entendem, os bombardeios continuam. Civis e áreas residenciais voltaram a ser alvejadas durante a madrugada, pelo horário de Brasília.
O país liderado por Volodymyr Zelensky viveu mais uma noite de intensos bombardeios. Um prédio de 16 andares foi atingido por partes de um míssil destruído em Kiev. Uma pessoa teria morrido e outras três ficaram feridas. Ao todo, 30 moradores foram resgatados do local.
Kiev e cidades do sul ucraniano, que dão acesso ao Mar Negro, importante rota comercial, são as mais afetadas pelas investidas russas.
Em 22 dias de guerra na Ucrânia, a Rússia perdeu sete mil soldados no front. Outros 14 mil militares ficaram feridos durante os bombardeios, iniciados em 24 de fevereiro.
Os números são uma estimativa dos órgãos de segurança dos Estados Unidos e foram repercutidos por agências internacionais de notícias nesta quinta-feira.
A Ucrânia informou, nesta quinta-feira, que abateu ao todo 10 alvos russos nas últimas 24 horas. Segundo o comandante-chefe das Forças Armadas do país, Valeriy Zaluzhny, um avião russo Su-25 foi destruído e um caça Su-35, atingido no céu na região de Kiev, capital da Ucrânia.
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