O Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB) anunciou, nesta quarta-feira (22), que vai instaurar inspeções especiais em secretarias do estado da Paraíba e da prefeitura de João Pessoa que transferiram recursos públicos ao Instituto São José, instituição mantenedora do Hospital Padre Zé.
O ex-diretor da unidade hospitalar, padre Egídio de Carvalho Neto, é suspeito de desvio de verba contra a instituição na ordem de até R$ 140 milhões.
O órgão irá analisar as prestações de contas para apurar a destinação de recursos públicos, pois as informações obtidas apontam que a verba não foi usada para ações sociais, e sim desviada para outros fins.
Segundo o presidente do TCE-PB, Nominando Diniz, as inspeções foram determinadas após conclusões de um relatório elaborado pelo setor de inteligência, envolvendo convênios firmados entre as secretarias do estado e da prefeitura com o Instituto São José. Os dados serão enviados à Auditoria para que as inspeções comecem.
Em sessão realizada nesta quarta-feira (22), Nominando Diniz lembrou que o arcebispo de João Pessoa, Dom Manoel Delson, e o Padre George Batista, novo diretor do Hospital Padre Zé, pediram informações a respeito das contas da Associação Social Arquidiocesana (ASA) e do Instituto São José.
Eles também solicitaeram o apoio do TCE em relação aos procedimentos de fiscalização e transparência pública a serem adotados.
A Justiça da Paraíba expediu três mandados de prisão contra ex-dirigentes do Hospital Padre Zé, de João Pessoa. E um deles é o padre Egídio de Carvalho Neto, ex-diretor da unidade hospitalar, que é suspeito de desvio de verba contra a instituição na ordem de até R$ 140 milhões. Ele foi preso nesta sexta-feira (17).
O delegado André Marcedo, da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), informou que o padre Egídio se apresentou às autoridades. Sob custódia, ele passou por exame de corpo de delito no Intituto de Medicina Legal (IML) e foi levado para a Central de Polícia, onde deve aguardar a audiência de custódia.
Outras duas pessoas também são alvo dos mandados de prisão: a ex-tesoureira da instituição, Amanda Duarte, e a ex-diretora administrativa, Jannyne Dantas. Elas seguem foragidas.
A determinação das prisões foi do desembargador Ricardo Vital, do Tribunal de Justiça da Paraíba. O pedido inicialmente havia sido negado pelo juiz da 4ª Vara Criminal de João Pessoa, mas o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) recorreu da decisão. O desembargador elenca a garantia da ordem pública, a conveniência da instrução criminal e o asseguramento da aplicação da lei penal para justificar as prisões.
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Roberto Notícia - Jornalista - DRT 4511/80.
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