Um asteroide com cerca de 1,2 km de diâmetro vai passar “relativamente perto” da Terra na noite desta quarta-feira (15). Mas isso não é motivo para alarde.
O chamado 199145 (2005 YY128) não representa nenhuma ameaça para nós porque, segundo a Nasa, o objeto passará a cerca de 12 vezes a distância média entre a Terra e a Lua, a 4,5 milhões de quilômetros.
Para os cientistas, essa distância permite classificá-lo como um Asteroides Próximos da Terra (NEO, na sigla em inglês) e um Asteroide Potencialmente Perigoso (PHA), mas isso não quer dizer que ele é uma ameaça para a gente, nem mesmo em futuro próximo. Essa é apenas uma classificação técnica, como explica o astrônomo Pedro Bernardinelli.
"A ideia não é assustar, mas chamar atenção ao objeto para observadores", explica o especialista.
O pesquisador ressalta, porém, que essa técnica de nomeação é importante para que os astrônomos possam entender e medir precisamente a órbita de tais objetos e, dessa forma, compreender o comportamento desses corpos celestes durante décadas.
"A definição de PHA é basicamente qualquer objeto que vai passar a menos de 0.05 unidades astronômicas (1ua = distancia Terra-Sol) da Terra", explica o cientista, doutor em física e astronomia pela Universidade da Pensilvânia. "Então, é meio que um jeito de falar que esse é um objeto que vale a pena ser medido para poder fazer esse tipo de coisa".
Como a Nasa classifica esses objetos?
Segundo o Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra (Center for Near Earth Object Studies) da Nasa, esse asteroide vai fazer a sua maior aproximação com a Terra em quatro séculos aproximadamente às 20h no horário de Brasília, a uma velocidade de 88.740 km/h (veja uma imagem dele acima).
Porém, é preciso ressaltar novamente que os astrônomos o acompanham há bastante tempo, e conhecem bem o seu caminho orbital, assim como o de diversos outros Asteroides Próximos da Terra.
Os NEO são objetos que têm órbitas que passam perto da Terra. Eles são classificados da seguinte forma, de acordo com o comportamento médio de suas órbitas:
A Nasa estuda a fundo a órbita desses corpos para justamente prever aproximações e probabilidades de impacto. No ano passado, pela primeira vez na história, a agência inclusive conseguiu alterar a trajetória de um asteroide com sucesso. A missão foi um teste para verificar a capacidade de desviar a rota de corpos celestes que poderiam entrar em rota com a Terra no futuro.
Ainda de acordo com agência espacial americana, diariamente, cerca de cem toneladas de "material interplanetário" caem na superfície da Terra, mas a maioria desses objetos são minúsculas partículas de poeira que são liberadas por cometas (geralmente, os cometas são feitos de gelo e poeira, diferentemente dos asteroides, que são rochosos).
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