Em conversa com os colegas José Antônio F. Ramires,uma das maiores expressões da cardiologia brasileira no cenário internacional,professor titular de cardiologia da USP , presidente do importante conclave abaixo referido, e o cardiologista americano Valentin Fuster,um dos monstros sagrados da cardiologia mundial, director do Mount Sinai Heart hospital(USA), durante 63º Congresso Brasileiro de Cardiologia, realizado em Curitiba, dialogávamos informalmente sobre prevenção e doenças cardiovasculares, ambos foram convergentes com relação ao momento de se iniciar, o ainda tão polêmico processo preventivo dos imprevisíveis e insondáveis males do coração. Foram enfáticos: “A prevenção das doenças cardiovasculares começa no útero materno”. Mais que um órgão importantíssimo do nosso corpo, o coração é o próprio sinal de vida. Desde as primeiras semanas de gestação, já podemos ouvir seus batimentos, evidenciando que ali tem um ser vivo, ratificando de forma singela o principio da vida. As mulheres que abusam das comidas extravagantes relaxam com a forma física e ainda são dependentes do tabagismo, dificilmente serão mães de bebês saudáveis no futuro. Os hábitos dos filhos tendem a ser similares aos dos pais.
Nos grandes centros urbanos o apelo é maior: é a correria na busca de muitos perdidos, a competitividade do trabalho e conseqüente estresse, sem falar no possível envolvimento com o uso de drogas. Quando se percebe, o tempo já passou e surgem naturalmente os primeiros problemas decorrentes, tais como: obesidade, elevação do colesterol, glicose no limite superior máximo, hipertensão... Meu coração! Ele já começa a dar mostra dos maus tratos que recebeu ao longo da vida, até aquele instante em que é percebido. Forte, resiste bravamente e pede ajuda.
A cardiologia moderna existe para salvar. Faz transplantes, corrige doenças congênitas, realizam-se angioplastias coronárias com implante de stents simples e sofisticados, tudo para dar maior segurança ao procedimento, para que o sangue possa seguir livremente, com menos riscos de novos estreitamentos nos vasos comprometidos. As cirurgias de revascularização do miocárdio com colocação de pontes de safena, mamárias e outras, têm a mesma finalidade de propiciar ao músculo cardíaco doente um maior fluxo de sangue e maior expectativa de vida. Porém, nada disso vai adiantar se a pessoa não modificar seus hábitos de vida... A sofisticação e avanços no diagnóstico das doenças cardiovasculares é uma realidade irrefutável, mas, nada sub stitui a prevenção que tem como suporte maior, a atividade física e alimentação balanceada.
Analisando todos os aspectos abordados nestas linhas, esperamos que tenham sido úteis e elucidativos para todos aqueles que querem cultivar o delicioso hábito de viver.