A nova ordem mundial e o retorno à servidão medieval

 A terra já tem cerca de 8 bilhões de seres humanos, dos quais uma fração mínima está de posse das riquezas do planeta. E desde que a Humanidade existe que a estrutura das sociedades [primitivas ou evoluídas] sempre foi construída com base na servidão em suas mais diversas formas [seja sob ameaça, seja com salários ínfimos, seja fornecendo comida racionada]. Ora, a História diz que onde existia gente demais, também existia mão de obra farta e aberta à exploração - ou forçada ou minimamente restituída [Feudalismo] .

Foi assim no antigo Egito, na Grécia, na Roma antiga, na Espanha, em Portugal, na Inglaterra, na Holanda, na Rússia comunista, e é assim na China de hoje... Repare que nenhuma delas construiu os seus impérios sem a exploração do ser humano...

O que temos hoje? Está em curso o que comumente se denomina de Nova Ordem Mundial. E esta não é diferente das de outros períodos da História mundial. O projeto, desta vez, tem por finalidade reduzir a população da Terra a níveis "aceitáveis" de sobrevivência. Como existe gente demais, a proposta das nações ricas do mundo [Estados Unidos, China, Reino Unido, França e União Europeia] é fazer uso de parte dessa população como mão de obra semiescrava [isso já ocorre na China e em todos os países socialistas] e descartar a parte que não está apta a produzir alimentos e produtos úteis ao dia a dia do cidadão.
 
Manter uma população de 8 bilhões é um ônus pesado demais para essas nações. O custo é alto para alimentar, vestir, e manter com saúde uma tal quantidade de gente. E vai mais além: os países estão na obrigação de gerar empregos e pagar salários. E o mais importante: manter essa massa sob rédeas curtas para impedir sublevações. O que estão fazendo hoje é algo parecido com o que os traficantes de escravos chamavam de "contabilidade macabra". E o que significava isso? Que quando escasseava o alimento nos navios eles atiravam ao mar [vivos] os que eram considerados "descartáveis" [mulheres, idosos, crianças].
 
O que estamos vendo hoje é uma realidade político-econômico- ideológica construída no pós-Guerra. Os comunistas russos de 1917 forneceram às nações vencedoras o know how necessário sobre como oprimir, escravizar e assassinar os que não tinham mais serventia para o regime. E essa nova Ordem começou para valer em 1978, quando assumiu a liderança da China comunista DENG XIAOPING [1904-1997]. Ele percebeu que podia atrair os capitalistas oferecendo mão de obra semiescrava e explorar suas vantagens em favor do regime comunista. Ou seja, coube ao atraso do Socialismo de Esquerda reservar mão de obra barata e semiescrava ao Capitalismo...

Por Nanoto Nunes

Uma louvação a Aranha: Titanomaquia

 Aranha sofre do mal da vanguarda; tudo nele renasce sempre e continuamente. A obedecer os manuais de clichê, nos quais afogamos-nos à moda, ele é dialético: muda sempre, qualitativa e quantitativamente.

O que não estava na sua contabilidade vital era o carma mitológico: o tempo cobrando à ideia o pacto que celebrou com o céu: não ter sucessor. Aranha sofre dessa falta.

O tempo finge capitular, e até transfere ao destino a sua cobrança, mas ele chega depois todo armado; e esse destino não antecipa as faturas, porque prefere cobrar a devedores insolventes.
O que Chronos não conhece é a capacidade de Aranha não se repetir e conseguir viver de oportunidades; nele A IDEIA É OUTRA – sempre.

Quando Chronos pensa em vencer a Titanomaquia, a ideia vaza, escapa, mesmo tendo que viver no retiro. Não há o mesmo Aranha, em nenhum momento. Daí que é impossível derrotá-lo.

Aranha está no retiro, sem nenhuma necessidade piegas ou de comoção. Poderia estar se reiventando – ‘comme d’habitude’.

Não será mais o criador dos festivais da canção, ou a origem da tropicália, ou o estudante das ruas contra a ditadura, ou o produtor de shows (os menos comerciais), ou o compositor, ou o poeta, ou o jornalista de verdades, ou o mágico que atrai e vê talentos.

Creio que nem será o amigo enérgico na defesa das suas amizades. Comigo, ele foi determinante: Em princípios dos anos 80, permitiu-me publicar no vetusto e premiado ‘Correio das Artes’ alguns poemas. Depois, defendeu-me, de maneira aguerrida, de um atrevimento de alguém que, numa solenidade, zombava de minha indumentária.

Creio que nem será o Aranha gerente público, como aquele que, nos ditos anos 80, promoveu um programa de apoio à cultura, sem decisões de alcovas ou muros ideológicos, cujo fim foi a música paraibana dos anos seguintes, pronta a ser exibida ao mundo.

Aranha é Carlos Antônio Aranha, jornalista paraibano, um dos pilares da cultura local, e a personificação dos anos 60 (ainda como o sonho de época).
Precisamos visitá-lo para reconhecê-lo.
Obrigado.

‘Dixi et salvavi anima meam!’

A vitória de Trump e a luta direita versus esquerda

 Depois de algumas centenas de informações e dezenas de opiniões talvez já seja possível  traçar observações minimamente aceitáveis sobre as eleições nos Estados Unidos.

No raso, conforme os parâmetros da atualidade, a vantajosa vitória de Donald Trump se configuraria como um arrasador triunfo da direita contra a esquerda, embora soe desconexo e estranho tratar o partido Democrata americano como uma agremiação de esquerda. 

Numa simplificação estupidamente frouxa, aceite-se existirem atualmente apenas dois cordões políticos no mundo, caso em que as disputas estariam ocorrendo, sim, entre os movimentos de direita e esquerda, que talvez fosse mais apropriado classificar como movimento radical conservador e movimento progressista. Assim, a vitória de Tramp é do movimento conservador, conduzido pela ultradireita. 

Poder da direita

Por que essa distinção seria importante? Para desenganar sobre a ideia que o poder no mundo no âmbito do sistema da chamada democracia ocidental sempre foi dividido entre esquerda e direita. Não é assim. Nunca foi dividido. O poder político nos Estados Unidos, assim como na maioria dos países que hoje integram a União Europeia, amplo território onde reina a democracia representativa, em todos os tempos, sempre foi ocupado pela direita capitalista. A esquerda socialista nunca governou os Estados Unidos da América. 

Experiências da esquerda

 

As poucas experiências de poder da esquerda socialista e democrática (aquela que acredita chegar ao poder via eleições) estão praticamente concentradas na América Latina. Destaque-se, um pouco lá mais pra trás, o Chile de Salvador Allende, e repetidos governos após o fim da ditadura; no Brasil, a história de poder da esquerda é recente e se resume aos governos Lula e Dilma; no Uruguai existe a experiência de Pepe Mujica, além de governos no Equador, Bolívia, agora na Colômbia, entre outros, nas últimas 10 ou 15 anos.

O que isso quer dizer? Prova que o poder político no vasto território da democracia ocidental consolidada sempre foi da direita e que quase tudo do que se tem estabelecido nos Estados Unidos, América Latina e União Europeia foi construído pela direita, que hoje se debate para tentar desconstruir as poucas experiências de governos de esquerda. 

Artifícios da ultradireita 

Se existe novidade, são os artifícios utilizados por expressiva parte da direita política nos últimos anos para tomar o poder, a chamada ultradireita ou direita radical, cujo centro da ação do movimento mundial é sabotar a democracia e instruir regimes autocráticos., de força, crescentemente antidemocráticos.

Esse movimento da ultradireita radical mudou substancialmente a tônica do discurso e, sobretudo, o jeito de fazer política e campanhas eleitorais. É a partir deste ponto que se torna possível entender as razões e nuanças da vitória de Trump. 

Fio de identidade

O principal eixo do jeito de fazer política da direita radical, que Trump usa e abusa, é o da geração de um poderoso fio de atração e identificação com o movimento. Veja-se o discurso de ódio, os ataques permanentes a adversários e a imprensa, além das críticas constantes ao sistema vigente ou ao governo. Essa tática gera identidade, gera liga, com multidões de cidadãos caminhando meio a esmo na complexa era digital. 

As bandeiras de luta do movimento são também quase sempre identitárias. A principal bandeira de Trump na campanha foi o combate a migração, com promessas que beiram a violência e que dificilmente ele próprio as executará. A segurança tem sido outra bandeira infalível. Trump aprofundou esse discurso e deu certo. Criar identidade com o eleitor, é isso o que a esquerda moderna não está conseguindo fazer.

Mentiras à exaustão 

O artifício usado em toda pregação política, especialmente nas campanhas eleitorais, é essencialmente o da repetição de mentiras, à exaustão, magistralmente difundido através das redes sociais. A imprensa americana registra amplamente as mentiras de Trump, mas não consegue estabelecer a verdade, e os adversários não conseguem desmascarar. A identidade de discurso plasma sentimento, gera credibilidade e as mentiras viram verdades. Foi com esse artifício que Trump venceu e é assim que a direita radical vai avançando no mundo. 

Leitura dos problemas

Trump venceu a eleição americana também pelo artifício de identificar com clareza as fraquezas do governo vigente, que a ultradireita põe tudo na conta da esquerda, e localizar sentimentos particulares de determinados grupos sociais. No geral, por exemplo, foram decisivos a leitura que o custo de vida (elevado, no momento) era o principal problema de grande parte da população e o discurso de que Trump não entrou em guerra no seu primeiro governo. Lá no começo da campanha, enfraqueceu os democratas explorando a fragilidade física do presidente Joe Biden. 

Trabalho de estrategistas

Destaque-se ainda o trabalho dos estrategistas que foram capazes, por exemplo, de identificar filões de voto entre os negros (homens mais idosos que continuam cultivando preconceito contra mulheres) e latinos, vítimas do discurso mais repleto de ódio de Trump, historicamente eleitores do Democratas. A brecha, no caso dos  latinos, foi se comunicar com homens jovens que passaram a acreditar que barrar a migração, mesmo que repressivamente, é uma forma de proteger os migrantes já residentes nos Estados Unidos. Esses atalhos estratégicos, que ajudam a explicar a vitória de Trump, são amplamente usados pela direita radical. No Brasil, não são poucos os grupos sociais historicamente petistas sequestrados pelo bolsonarismo. 

Nem direita nem esquerda

Mas nem tudo é tão favorável à direita radical na identificação de fatores que resultaram da vitória de Trump. Alguns cientistas políticos já começaram a identificar que a luta político-eleitoral nos últimos 10 anos ao redor do mundo não é exatamente entre direita e esquerda. Seria simplesmente entre governo e oposição. Pululam exemplos. Na oposição, Trump derrotou Hilary (Democratas no poder), perdeu para Biden no poder e agora, fora do governo, voltou a vencer. Na América do Sul, esquerda e direita se alternam no poder no Chile a cada eleição; no Perú, Equador e Bolívia houve alternância de poder entre esquerda e direita nas eleições recentes; no Uruguai a esquerda está prestes a voltar ao poder depois de perder para a direita em 2019; no Brasil também se registrou alternância e, na Argentina, o peronismo foi defenestrado do governo por um candidato da direita radical depois de algumas décadas. Na União Europeia também se registram alternâncias significativas e, sobretudo, importantes derrotas, até para a ultradireita, de partidos tradicionais acostumados com o poder. Do outro lado, a ultradireita tem deixado escapar o poder conquistado nas urnas, caso da Polônia, ou tem sofrido derrotas em eleições regionais onde está estabelecida no poder há muitos anos, como foi o caso de Erdogan, na Turquia. 

Era da impaciência 

Assim, vivendo uma era movida por sentimentos, o motor propulsor das mudanças seria a hipersensibilidade do cidadão-eleitor, que se posta extremamente impaciente com os governos postos.

 

Por Josival Pereira

 

A que ponto estamos chegando com a tecnologia

 É bem verdade que se ficarmos muito tempo sem ler um livro ou jornal, ou se nos recusarmos a ver um pouco de televisão de forma a não exaurir a nossa energia mental, estaremos nos condenando à mais imensa cegueira sobre o que se passa no mundo. Até o google, desde que visto com parcimônia, pode servir para nos tirar do anonimato social.

Porém, e quanto ao grau de conhecimento do Google, que sabe de nossos gostos, necessidades, saldo bancário, e, talvez, peso, altura e cor dos olhos, está nos fazendo esquecer que é nossa, a responsabilidade da interpretação.

Nada contra a era da informação, decorrente do avanço da tecnologia e da globalização, mas não se pode abrir mão de uma leitura física, pois esta tende a promover maior compreensão, mais permanência de informações e memorização, e também para que possamos avaliar o nosso conhecimento, atualizando o próprio banco de dados, sem necessidade de recorrer ao Google, ou ao ChatGPT. Sem esquecer da sensação tátil do livro, a possibilidade de marcar páginas e a menor exposição à luz azul dos dispositivos eletrônicos e das demais estrelas da era digital.

Claro que nem todos são assim, mas com a facilidade das mídias digitais, as pessoas estão perdendo o gosto pela leitura, gerando a preguiça e, agora, vai piorar, com a inteligência artificial.

Em um artigo publicado na Folha de São Paulo, uma professora de graduação, faz a seguinte declaração: É uma luta para fazer com que os alunos leiam um livro inteiro. Eles vivem grudados no TikTok ou no Instagram e não têm concentração. Outro dia, ao ver que todos estavam no celular, parei a aula. Perguntei a alguns o que estavam vendo —e muitos não se lembravam. Não se lembravam do que tinham acabado de ver 15 segundos atrás! Um deles disse que estava comprando uma calça comprida. Para usar a palavra que eles mais dizem, não têm ‘foco’.

Assiste razão a esta professora, pois os alunos tem recorrido aos resumos de livros na internet, às lives, às gravações. 

A propósito, essa distração digital tem inclusive, gerado um declínio acentuado e persistente no número de americanos indo para a faculdade, e aí surge a pergunta que não quer calar: A que ponto estamos chegando? 

Esses jovens serão os médicos, cientistas, engenheiros e juristas do futuro? Ou só chegarão a isso os excepcionais, que, cada vez em menor número, ainda existem?

O fato é que a tendência por essa crescente lacuna no nível educacional já traça um quadro sombrio na vida das pessoas.

Por Demétrius Faustino

UM ANO DE MUITAS SAUDADES - Você viverá eternamente no meu coração, meu filho Caian

Hoje, 11 de outubro, faz um ano da morte do meu filho "Caian", como era chamado por todos carinhosamente. Quantas saudades e lembranças que ficaram eternizadas em meu coração. Sinto falta de quem não está mais ao meu lado. Todos os dias penso na pessoa que mesmo distante está aqui comigo, bem junto do meu coração. Meu filho, estou morrendo de saudades suas.


Entro naquele que era seu quarto, e você já lá não está. Há sempre um lugar por ocupar em todas as refeições. O tempo passa, mas é como se ainda ouvisse seu sorriso deambular pela casa. Tudo foi substituído por um silêncio que fere, por um vazio que não faz qualquer sentido. E as saudades não param de aumentar, meu filho.

É difícil explicar tamanha dor. Quando temos um filho, esperamos que ele seja eterno, que ele conquiste sonhos, que ele sinta inúmeras alegrias, que ele forme sua própria família, que ele nos acompanhe até à velhice. Como posso aceitar que isso não vá acontecer com você? Qual a justiça de ver você partir tão cedo assim?

Sinto falta da sua presença, do seu carinho, do seu caráter forte, da forma como você cuidava das pessoas que amava. Sei que minha vida jamais voltará a ser igual depois de tamanha perda, mas há momentos em que pressinto sua voz me sussurrando ao ouvido, me dizendo para eu erguer a cabeça e ir em frente.

É por você que ainda vivo. É por você que quero continuar lembrando tudo que ficou para trás. Apesar de já não estarmos juntos, meu filho, você viverá eternamente no meu coração.

Eu sei que não podemos nos ver, mas tenho certeza que continuaremos a viver e sentir este lindo sentimento que irá sempre nos unir. Meu filho, um dia voltaremos a ficar juntos. Eu sei que sim. Até esse dia.
 
"Não forço simpatia com ninguém, fica ao meu lado quem quer!"

Roberto Notícia
  Jornalista