Quem convive com Roberto Santiago diz que ele é um homem trabalhador.
Do tipo que não resiste a um prego e um martelo.
O empresário mais famoso e bem sucedido da cidade gosta de colocar a mão na massa.
De várias texturas e calibres – segundo nos revela, em denúncia formal, o Ministério Público da Paraíba.
A mão do “Mago do shopping” parece ter poderes miraculosos, também, sobre parte da mídia.
A transforma numa massa rala, sem consistência.
E com disposição zero para dar forma e tons às “obras” pouco republicanas que Roberto Santiago tem criado nos bastidores da política.
Burilada e transformada em matéria etérea, essa parcela dos fazedores de notícias produz na cobertura da Operação Xeque-mate um fenômeno vergonhoso:
Transforma, em sujeito oculto, o personagem principal de um dos esquemas de corrupção mais vorazes já descortinados pela polícia do Estado.
Mencionado de relance. Tratado com deferências e salamaleques.
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O nome daquele que não se pode nomear parece queimar em nossas bocas.
Pronunciamos rápido. Comendo algumas letras, pulando vogais.
Ignorando solenemente o teor da denúncia do MP, que revela – com todas as consoantes – a participação maiúscula de Roberto Santiago no esquema que sugou o sangue e a medula óssea do povo de Cabedelo.
Diferente do que nos sugere a cobertura jornalística, ele não foi um figurante desse enredo.
O Marcelo Odebrecht made in Paraíba não se encaixa nem mesmo no papel de coadjuvante.
Roberto Santiago é protagonista.
Roteirizou e atuou – com sua carruagem importada – os capítulos mais tensos da narrativa criminosa de Leto Viana e sua gangue.
Comprando seu mandato. Apoiando seus desmandos. Colhendo o engavetamento de projetos que rivalizariam com suas empresas.
A Paraíba, que o acolheu e o fez enriquecer, não merecia tanta vilania.
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Assim como não merece a canastrice de uma parcela graúda da imprensa que só sabe chutar cachorro morto.
E se encolhe com o rangido dos leões.
Fonte: Adriana Bezerra