Desde que Jair Bolsonaro lançou a ideia de que todo brasileiro [observadas certas limitações] deve ter o direito à posse de uma arma de fogo logo surgiram os “bonzinhos de plantão”. O que se tem ouvido dessas pessoas é o surrado discurso de que “segurança pública é uma obrigação do Estado”.
Nenhuma novidade existe nisso... Ocorre que vivemos num país que mata, todos os anos, 60 mil cidadãos em média. Estamos entre os dez países que mais matam no mundo, e, diga-se de passagem, boa parte desses mortos é de cidadãos que trabalham; que pagam seus impostos corretamente; que geram emprego e renda; que vão à escola, à universidade, ao trabalho, e são, miseravelmente, atacados e mortos como porcos.
Claro, existem aqueles que não têm ânimo o suficiente para defender sua família [e a si próprios] das investidas de quem rouba, ameaça, estupra e mata porque este conta com um “humanismo de açougue” a seu favor e por isso mesmo adquiriu o “direito ao extermínio”.
Aprecio o pragmatismo americano. Senão vejamos... Certa vez um menino de menos de dez anos matou, acidentalmente, com um tiro, a sua irmãzinha, de idade aproximada. O pai não castigou o filho pelo incidente.
Ao invés disso aquele cidadão simplesmente passou a ensinar o filho a manejar a arma e a atirar justamente para que nunca mais incidentes como o que tirou a vida da menininha voltassem a ocorrer. Isso aqui no Brasil seria motivo para todo tipo de protestos, com gente gritando palavras de ordem, batendo no peito, rasgando as vestes, saltando de prédios, desmaiando, movimentos em favor de leis para isso e para aquilo, parlamentares discursando num Congresso em polvorosa... Chilique geral...
Enquanto prevalecer esse humanismo de açougue, o cidadão brasileiro vai continuar fazendo o papel de “ovelha pronta para o sacrifício”.
Um abraço.