Edilane Araújo tem se constituído, ao longo de uma trajetória de 32 anos na TV Cabo Branco, afiliada da Globo na Paraíba, na grande musa televisiva local, sem demérito para outras apresentadoras e para apresentadores de valor que brilham na telinha.
A avaliação sobre o perfil de Edilane é minha, com todo o passionalismo e a carga de admiração que isto possa embutir, mas não é gratuita nem reflexo puramente da amizade que construímos quando formamos o núcleo que levou ao ar a Cabo Branco em 1987, junto com Aldo Schuller, Nelma Figueiredo, Karla Almeida, Naná Garcez, Otinaldo Lourenço, Chico Maria, sob a batuta de regentes espetaculares como Erialdo Pereira (in memoriam) e Sílvio Osias.
A Paraíba acostumou-se com a voz de Edilane ancorando o JPB Segunda Edição da mesma forma como, durante muito tempo, telespectadores e telespectadoras de todo o país repetiam, mecanicamente, o “boa noite” de Cid Moreira ao fim de mais uma jornada do “Jornal Nacional” na Vênus Platinada.
Edilane prepara-se para o rito de passagem. Vai deixar a bancada do JPB, afastar-se da superexposição no vídeo e cumprir outras missões delegadas pela cúpula da Cabo Branco, na área de Qualidade.
No seu lugar, caberá a Larissa Pereira dar boa noite a telespectadores daqui e d’alhures. Não é nenhuma neófita – já vem com pedigree. Larissa fez estágio probatório na própria TV Cabo Branco e, na sequência, foi embora pra Pernambuco, fixando-se na Rede Globo Nordeste, no eixo Olinda-Recife. Se não me engano, já saiu daqui com a condição de voltar em outra fase. Os bastidores televisivos têm disso.
É fora de qualquer dúvida que a TV Cabo Branco mantém o nível, a qualidade que é marca registrada e fator principal da sua “audiência até inercial” no Estado da Paraíba, como definia o “mago” Erialdo Pereira, formador de uma geração da qual tive o privilégio de fazer parte. A tal “audiência inercial”, conceito que prevaleceu por muito tempo, pode até ter desaparecido de circulação – afinal, a velocidade das transformações pede novos rótulos.
Mas é imperioso assinalar que tal conceito foi decisivo para alavancar a TV Cabo Branco, sempre, à liderança na audiência no mercado de televisão em nosso Estado. Foi uma emissora que se preparou para se adequar ao padrão Globo de qualidade – e, justiça se faça, nunca fez feio nesse terreno.
Erialdo Pereira tinha uma preocupação quase obsessiva em perseguir o tal padrão de qualidade, não se permitindo um deslize qualquer que fosse cometido. Para ele, o JPB Segunda Edição era o equivalente paraibano ou tupiniquim do Boeing noturno da Globo – o Jornal Nacional, que desde o início assimilou o conceito de integração – do Oiapoque ao Chuí, com a miríade de sotaques das mais longínquas regiões.
A Globo soube captar com percuciência o espírito da nacionalidade brasileira como nenhuma outra emissora. Nunca cedeu aos caprichos do populismo rastaquera, da baixaria que aparentemente vende audiência. O padrão sempre foi o da qualidade – muitas vezes confundido com elitismo. Saúdo meio sem jeito a despedida de Edilane, por ser seu fã assumido, mas o anúncio da chegada de Larissa pacifica minhas elucubrações.
Larissa é sangue novo, profissional jovem aplicada ao mister, submetida ao olho clínico da própria Globo. Está no ponto e, certamente, será a grata surpresa das noites paraibanas. Bem-vinda, Larissa. Boa sorte, Edilane!
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Da Redação com Roberto Noticia e