Por Josival Pereira
A política na Paraíba não permite espaço para o tédio. Se na semana passada os sinais eram no sentido de que o deputado federal Aguinaldo Ribeiro, presidente do Progressistas, não seria candidato a senador na chapa do governador João Azevedo, a semana começa com outros indicadores.
As notas mais recentes são de que, no fim de semana, tanto o deputado Aguinaldo Ribeiro quanto a senadora Daniella Ribeiro (irmã) teriam conversado com prefeitos e outras lideranças da base do Progressistas para apresentar a possibilidade da candidatura do jovem Lucas Ribeiro, vice-prefeito de Campina Grande, a deputado federal, com o devido pedido de apoio.
Some-se a isso uma declaração do suplente de senador de Daniella, Diego Tavares, secretário de Gestão Governamental de João Pessoa, chamando Aguinaldo de “meu senador” e adiantando que poderia haver anúncio da decisão do parlamentar nesta semana que se inicia.
Existem ainda repetidas manifestações do prefeito Cícero Lucena, nos últimos dias, assegurando que o desfecho da novela da candidatura de Aguinaldo está bem próximo e, até que se informe o contrário, na aliança com o governador João Azevedo.
São três sinais que não podem ser desprezados, especialmente o que indica a candidatura do vice-prefeito Lucas Ribeiro a deputado federal. Se o sobrinho está entrando na pista federal é porque o tio (Aguinaldo) está saindo para disputar noutra raia (Senado).
Além dos sinais, existem três informações importantes a serem levadas (muito) em consideração. A primeira é a confirmação de que, realmente, o prefeito Cícero Lucena bateu o pé contra qualquer alternativa para o Progressistas da Paraíba que não seja manter o acordo de aliança com o governador João Azevedo, celebrado nas eleições de 2020.
As duas outras informações são, primeiro, que, agora, o deputado Aguinaldo Ribeiro estaria plenamente municiado de pesquisas internas e análises que conferem potencialidade à candidatura ao Senado e, depois, que consultorias jurídicas de Brasília avaliam ser impossível o ex-governador Ricardo Coutinho (PT) reverter sua inelegibilidade.
E o problema do apoio de líderes do Republicanos à candidatura de Efraim Filho (União) ao Senado? A avaliação dos consultores do Progressistas é que, além da pressão do governador, o apoio tenderia e se esvair com uma boa posição de Aguinaldo nas pesquisas mais à frente.
Advirta-se, entretanto, que esse é o cenário que se apresenta hoje, concebido com as informações do fim de semana. Nada que não possa mudar a qualquer momento. Coisas da política da Paraíba.