Deixei passar algum tempo para digerir o choque,afinal de contas, convivi diariamente com Gutemberg ao longo de dois anos,na lida profissional, bem antes dele se tornar prefeito de Bayeux.
Hoje me pego todas as manhãs imaginando como ele deve estar vivenciando essa experiência traídora que a retumbante vitória obtida nas urnas lhe impôs como destino cruel.
Sem nem ter direito a acionar seu ex- poderoso telefone celular, sequer manter advogados, admiradores, bajuladores por perto, lá em Valentina.
Praticamente a sós consigo mesmo, tendo apenas a memória para remoer o tremendo vacilo que cometeu diante de todo mundo.
Já disseram tudo sobre a atual situação do ex-prefeito de Bayeux, hoje sucedido imediatamente no trono por seu vice, ligado ao PSDB.
Conheço Berg do comecinho, quando ainda era Gutemberg e militava na área cultural, já de olho numa carreira parlamentar e obviamente pensando em um dia se tornar prefeito da comunidade onde morava com familiares que agora devem estar tão desolados quanto os conhecidos e amigos que não utilizaram do seu surpreendente poder alcançado em tão pouco tempo.
E acho que ele foi mais arrogante do que inocente.
O poder cega qualquer um, sobretudo, se esse poder vier junto com a possibilidade de riqueza e/ou da maldita reeleição.
Nesse momento crucial, distante das luzes inebriantes do sucesso que chega sem avisar, penso que o ex-prefeito deve antever no que se meteu. Vai ficar sem emprego e não tem mais como escapar de virar anedota na boca do povo.
Cometeu para mim o maior pecado: acreditar que era poderoso mesmo, de verdade, e ninguém é poderoso sem ter uma gangue
também poderosa pra lhe garantir respaldo nas horas de grandes e/ou pequenos vacilos.
Além do mais, apesar de ter sido prefeito durante rápidos sete meses, Berg não mantinha as costas quentes, simplesmente por conta de não possuir familiares influentes.
O mundo real da política brasileira ele não conhecia para ousar
tanto. Deve estar conhecendo agora.
Lamento sinceramente o fato dele não ter sequer um advogado para lhe tirar dessa enrascada. Não é rico, poderoso, não tem família influente nem tradicional. Vivendo atualmente a sós consigo mesmo, acredito que não pode sequer ligar para os reais amigos...
Lamento mais uma vez tudo isso.
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Sou explicitamente um apaixonado pelos festejos juninos. Não trocaria um só mês de junho por dois fevereiros ou quatro dezembros. Setes de setembro e quinzes de novembro então, do jeito que o Brasil anda, eu não aceitaria nem pra troco em uma possível barganha. Me conforta saber que um bom número de nordestinos ainda pensa como eu.
Nada trago de mais vivo na memória da infância do que o mês do milho verde, aquele plantado no dia de São José, colhido e transformado em pamonha e canjica, ou mesmo assado nas brasas das fogueiras feitas em homenagem a Santo Antônio, São João e São Pedro, santos do mês de junho.
A beleza do meado do ano ganha outra dimensão quando há fartura de chuva no Nordeste e a água resolve pintar a casca da terra de verde, enchendo rios, barreiros e açudes, fazendo a festa de sabiás a bichos homens, passando por tudo quanto é vivo. E tudo fica melhor ainda, quando embalado pela a trilha sonora da sanfona, do triângulo e do zabumba.
Aprendemos, desde sempre, a cantar a seca com esperança, a chuva com alegria e a agradecer a boa safra, ritualmente, com dança, música, reza e poesia.
Temos como um dos maiores porta vozes dessa nossa riqueza cultural o mestre Luiz Gonzaga, que a monarquia ainda tão historicamente arraigada em nosso imaginário, faz com que o tratemos de rei, quando na verdade ele é muito maior e melhor do que o tratamento representa, considerando a parte desastrosa do nosso período colonial.
Isso não é pouco, uma vez que esse gigante da música brasileira emprestou o talento, consistente em seu potente registro vocal e na sua prosódia profundamente identificada com esse pedaço de Brasil, para dar voz aos versos de outros nordestinos tão grandes quanto ele, a exemplo de Humberto Teixeira, Zé Dantas, Zé Marcolino e tantos outros.
Foi além. Pelos mais diversos recantos desse país chamado Nordeste, saiu distribuindo sanfonas àqueles nos quais identificava algum talento musical, fazendo revelar nomes como o de Dominguinhos, apenas para citar o maior deles.
Embrenhou-se, sertões a dentro, plantando as sementes do verdadeiro forró, dança que tem no baião um dos principais ritmos. Gonzaga foi do litoral ao imenso semiárido nordestino, atirando as tais sementes nas leiras cavadas apenas pela sua voz e pelo instrumento que tocava, a sanfona, acompanhada de uma percussão simples, acústica e até rudimentar para os padrões atuais.
A semeadura feita no solo seco da nossa alegria desconfiada germinou, cresceu e frutificou, tornando-se um dos mais exuberantes roçados da nossa cultura musical.
O que fica difícil de entender na atualidade e que deveria ser tão óbvio quanto o que já foi dito até agora, é aquilo que conspira permanentemente no sentido de matar uma das nossas mais caras manifestações culturais, atentando de todas as formas contra o que acabou se tornando um bem imaterial do povo nordestino.
É como se quisessem nos desestruturar a partir dos nossos alicerces. Ao que parece, o coroamento dessa intentona seria fazer com que perdêssemos a nossa identidade. Não, não se contentam apenas em sair decepando, por falta de oportunidade, os mais viçosos troncos do que foi plantado por Gonzaga, Jackson do Pandeiro e tantos outros. Querem nos atingir em nossas raízes mais profundas, certamente para que um dia, sem ver nem pra quê, deixemos de nos orgulhar de quem somos.
Primeiro foi uma conspiração interna chamada forró de plástico, inaugurada no Ceará. Embora sendo berço de expoentes como Patativa do Açaré, Belchior, Fagner, Ednardo e do próprio Humberto Teixeira, a terra de Iracema acabou por fundar, em um passado recente, verdadeiras usinas produtoras de música de baixa qualidade, de som estridente, executadas massivamente em conluio com rádios vinculadas a grandes redes.
Tais grupos caracterizaram-se por terem na sua formação apenas operários assalariados, cujos nomes artísticos sempre foram infinitamente menores do que as pessoas jurídicas das tais bandas e cujos rótulos comerciais beiram o bizarro, como no caso da purgativa Mastruz com Leite, apenas para citar um exemplo. Pior, esse mesmo grupo, com mais de 20 anos de estrada, como se costuma dizer no jargão artístico, já tenta se inserir, nos dias atuais, como a marca de “forró das antigas”.
Sucedeu-se, desde então, uma verdadeira enxurrada de outras “bandas”, de nomes ainda mais bizarros e plastificados. Nelas a sanfona, coitada, quando aparece é em segundo plano, repetindo intermitentemente a mesma nota, num resfolego sem qualquer beleza melódica, enquanto o cantor ou a cantora interage de forma abusiva com o público, pedindo para tirar o pezinho do chão e levantar a mãozinha até o alto. Ou senão, muitas das vezes, procurando saber quem da plateia é corno ou rapariga, pedindo para que se identifiquem de forma aclamativa, como se participassem de uma assembleia de categoria. Há quem goste.
Se distante estamos da palhoça e do trio animado pelo sanfoneiro e os seus dois auxiliares no triângulo e no zabumba, muito mais para trás ficou a sala de reboco da poesia de Zé Marcolino, onde o amor pedia mais fuga do que era dada ao afoito dançarino.
A palhoça e a sala de reboco foram substituídos por gigantescos confinamentos humanos. Um desses, que os seus criadores se jactam de ser o maior do mundo, é montado em área pública e dividido em piso, palco e camarotes. Tem lugar em Campina Grande e é repetido, com o mesmo formato, em várias outras cidades do Nordeste.
No palco, os elementos instrumentais antes preponderantes e ligados à tradição da música junina no Nordeste como a sanfona, o triângulo e o zabumba, foram relegados a segundo plano, substituídos, muitas das vezes, pela batida insistente de uma bateria, intermediada por sintetizadores eletrônicos e potentes amplificadores, capazes de ensurdecer e desorganizar mentalmente o público, catalisando a ação do álcool de baixa qualidade, fornecido a preços módicos pelos patrocinadores dos tais confinamentos. Os sócios desses empreendimentos, não raro, são ligados ao poder executivo, numa lucrativa forma de suruba publico/privada. Ao fim e ao cabo tais arranjos são proclamados, entusiasticamente, como um verdadeiro sucesso.
Essa proclamação à qual me refiro é feita por parte de uma mídia servil, repetitiva e às vezes até abobalhada, que nem sequer consegue escamotear seus interesses espúrios, findando por evidenciar a rasa qualidade crítica das matérias que veiculam. Em suma, não trazem qualquer aprofundamento discursivo sobre o tema que envolve um bem cultural tão caro.
Alguns repórteres e apresentadores, sem demonstrar qualquer estranheza com relação a cena, até saltitam quando sobe ao palco dos festejos juninos uma dupla sertaneja ou um dos vetores dessa nova onda chamada sofrência, para cantarem os seus chifres. Suas criações artísticas são capazes de vir através de versos perolizados, tais como este: Tô no fundo do poço/ Bebo de guti guti/ Mas uma coisa é certa/ Se eu ligar dá merda!
Os responsáveis pela interpretação dessa belezura poética são nada menos que a rotunda e bem paga Marília Mendonça, que esteve no centro de uma polêmica recente a qual tinha como cerne a sua participação no palco do São João de Campina.
Na outra ponta do dueto vocal e do mesmo naipe, a presença de um que já anuncia no sobrenome o que lhe cai bem mesmo como adjetivo, sem precisar nem do aumentativo. Trata-se de Wesley Safadão, cujo cachê, de valores impublicáveis, deve ultrapassar em muito o de Marília.
Nem um nem outro guardam qualquer identidade com os tradicionais festejos juninos, notadamente naquilo que berram ou bodejam, porém carregam, na forma de agir, outra característica em comum, qual seja: costumam doar parte do cachê que recebem na cidade onde se apresentam a uma instituição de caridade, na tentativa de diminuir a culpa pelos estragos e de amainar os índices de rejeição por parte da população como um todo.
A manobra é tão boba que chega a afrontar até aos menos dotados de alguma perspicácia, uma vez que a parcela caritativa, obviamente, já pode vir até embutida no contrato, indo direto para a declaração de imposto de renda dos “artistas”, produzindo os razoáveis abatimentos no cálculo dos impostos sobre o montante declarado dos seus ganhos astronômicos.
Mesmo diante da argumentação expendida, há quem diga que o público gosta desse tipo de música, uma vez que obedece a tudo que o artista sugere no palco, enquanto grita e aplaude.
Quem assim se manifesta, na certa nunca ouviu falar nos efeitos da grande mídia sobre inconsciente coletivo, ou no que significa a palavra catarse, a mesma que acontece com frequência nos templos neopentecostais, operando curas milagrosas e levando multidões a um verdadeiro “estado de graças”.
Nesse particular, o de gostar ou não, recorro ao sempre pertinente Ariano Suassuna, quando ele trata dessa matéria. Assevera o mestre que cachorro não gosta de osso, cachorro só come osso porque não lhe dão carne.
Não se trata aqui, no entanto, de demonizar totalmente a música sertaneja ou o forró de plástico, uma vez que ambas tiveram seus espaços impostos pela mídia, foram parar no inconsciente coletivo e, como já disse, há quem goste ou pense que gosta desse tipo de musica e de artista.
O que agride a mais básica noção de bom senso é que essas apresentações não possam acontecer no Nordeste em outras épocas do ano. Sobram onze meses para isso.
Melhor ainda. poderiam sim: seriam apresentadas concomitantemente durante os festejos juninos, mas não em espaços administrados pelo poder público, a quem incube, intrinsecamente, a defesa e a preservação dos nossos valores culturais. Fariam seus shows em espaços privados, às expensas dos tais patrocinadores e dos fãs desse tipo de música.
Salta aos olhos, mais ainda, o fato de um evento da grandiosidade do São João em Campina Grande ter como principal atração na sua abertura a dupla sertaneja Cezar Menotti & Fabiano e ser encerrado, depois de trinta dias de muitos outros sertanejos e sofrentes, com a apresentação da dupla Fernando & Sorocaba, numa verdadeira afronta à pátria de Rosil Cavalcante e de Raimundo Asfora, enfim, dos tropeiros da Borborema.
Dito isto, podemos sim nos considerar um bando de cornos, mas não por eventuais chifres plantados por em nossas cabeças da forma mais tradicional e conhecida. Muito menos seremos condenados pelo fato de nos pegarmos cantarolando, aqui e ali, um desses “sucessos”, que desfilam em versos cheios de muita cornagem, amores estraçalhados aos berros, além das tentativas de assassinato do nosso idioma, tudo isso imerso em um mar de cerveja ou de outra bebida, de preferência que faça parte da carta de anúncios dos tais patrocinadores.
Somos cornos sim, porque fomos e continuamos sendo traídos pelos representantes que elegemos, os mesmos a quem autorizamos fazer escolhas em nossos nomes e eles nos chifram e nos desmoralizam sem nenhum respeito, neste e em muitos outros particulares.
São eles os mesmos que além de provocarem um imenso rombo nos cofres públicos, como é possível ser observado no Brasil dos últimos tempos, atentam agora contra um bem imaterial tão caro, construído a tantas mãos, e que tem o seu valor lembrado e multiplicado exponencialmente nessa época do ano, tendo ainda o condão de afagar a nossa tão maltratada estima.
Não tardará e o São João de Campina poderá ficar com a cara de uma dessas feiras agrícolas do interior de São Paulo ou de Goiás, que comemoram a colheita da safra dos seus grãos transgênicos com música sertaneja e sofrência, também transgênicas, enquanto avançam impunes alargando suas fronteiras agrícolas sobre as nossas matas.
Com os seus estereótipos assemelhados aos de cowboys americanos, dançam geralmente homens com homens, aos pares, fazendo um passinhos esquisitos, que nem de longe chega perto da beleza coreográfica do forró, que pode ser resumido como “pas de deux” dançado juntinho, de forma sensual e bem ritmada, geralmente por um casal.
A continuar assim, sem que nada seja feito, em um futuro próximo poderemos acabar tendo que admitir, meio que sem graça, que ser corno é pop, que ser corno é top e que ser corno é tudo.
Na semana em que a Rede Globo inaugurou o novo estúdio do Jornal Nacional, um servidor estadual do Rio de Janeiro tirou foto da tela do computador com o registro da Secretaria da Fazenda que mostra a empresa como uma das maiores devedoras de ICMS do Estado.
“A Globo deve mais de 750 milhões de reais de ICMS ao Estado do Rio de Janeiro e fica fazendo prédio bacana para o Jornal Nacional. Se pagasse a dívida, resolveria o problema dos salários dos servidores do Estado, que ainda estão em atraso”, informou ao DCM, com a condição de que seu nome não fosse revelado.
Segundo os registros da Secretaria, a dívida da Globo é de quase 240 milhões de UFIRs, a unidade de referência dos tributos do Estado. Como cada UFIR vale R$ 3,19, o total do débito em reais é de 761 milhões.
O DCM entrou em contato com a assessoria de imprensa da Globo, que respondeu através CDN, empresa de comunicação terceirizada. Eis a resposta da Globo:
Não existe qualquer dívida de ICMS com o Estado do Rio de Janeiro. Aconteceram autuações, em razão do fisco estadual entender que haveria incidência do imposto sobre a inserção de publicidade na Internet e TV paga. A empresa não concorda com esse entendimento. Não há incidência de ICMS sobre tal atividade. Recentemente, foi editada legislação que determinou a incidência de ISS sobre a inserção de publicidade na Internet e na TV paga, o que, por si só exclui a incidência do ICMS. A empresa está discutindo a questão na via administrativa, como prevê a lei, o que provoca a automática suspensão da exigibilidade do débito.
Grupo Globo
Ou seja, a emissora confirma que está sendo cobrada pelo Estado, mas discorda da legitimidade da ação e, por isso, recorre.
Não é a primeira vez que a Globo tem entendimento diverso do Fisco quanto às obrigações tributárias. Em 2006, ela foi autuada pela Receita Federal por sonegação do imposto de renda incidente sobre a compra dos direitos da Copa do Mundo.
Na época, com multa e correção, o débito chegava a R$ 615 milhões. A emissora recorreu e alegou que havia comprado os direitos de uma empresa das Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal.
Com o aprofundamento da investigação pela Receita, a Globo acabou admitindo que a empresa offshore era controlada por ela mesma.
Os acionistas Roberto Irineu Marinho, João Roberto Marinho e José Roberto Marinho foram enquadrados por crime contra a ordem tributária e seriam denunciados ao Ministério Público Federal.
Mas, em janeiro de 2007, na véspera da denúncia ser encaminhada para a Procuradoria da República, o processo que documentava a sonegação desapareceu da delegacia da Receita Federal no Rio de Janeiro.
O DCM esteve em Road Town, Tortola, Ilhas Virgens Britâncias, e comprovou que a empresa da qual a Globo comprou os direitos da Copa nunca existiu de verdade. Era só uma empresa de papel criada para burlar o Fisco.
Com a revelação de que havia sonegado impostos incidentes sobre os direitos da Copa do Mundo, a Globo informou que havia regularizado sua situação fiscal, mas nunca apresentou o DARF que comprovaria o pagamento.
Agora, a briga é com o quase falimentar Estado do Rio de Janeiro.
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Da Redação com Roberto Noticia e Joaquim de Carvalho
Antes mesmo de pertencer aos seus quadros, já identificava no Sistema Arapuan uma característica que chama atenção do mercado. Mesmo sendo o mais jovem dos grupos de comunicação no Estado, a empresa consegue pautar o noticiário, pontificar fortemente na opinião pública e polarizar de frente com a concorrência.
Os últimos números do Ibope no rádio e na televisão confirmam. A TV Arapuan já é a terceira colocada geral na audiência. E o que significa isso? Significa que aqui na Paraíba a retransmissora da Rede TV – a última no Ibope Nacional – deixa para trás as afiliadas do SBT e da Band e faz calor no cangote de Globo e Record.
E não é só isso. Nos programas locais, a TV Arapuan briga, no jornalismo matutino, pelo topo. O Tribuna Livre, de Nilvan Ferreira, é sucesso absoluto de audiência, e faz boa disputa com o tradicional Bom Dia Paraíba. Outras atrações (entretenimento, policial e política) da casa estão invariavelmente dentro do trio dos mais assistidos.
No rádio, a emissora alcançou o primeiro lugar geral (segunda à sexta), depois de anos seguidos de dianteira da sua principal concorrente. E todos os programas de radiojornalismo – que já polarizavam – assumiram a posição de liderança na preferência dos ouvintes. Das 5h da manhã até às 18h.
A Arapuan, antes restrita a João Pessoa, deflagrou intenso processo de interiorização e já constituiu rede e presenças em Campina Grande, segunda maior cidade do Estado, na pujante Patos e sua gigante região das Espinharas, até chegar ao extremo oeste da Paraíba, Cajazeiras e seu pólo de influência no Alto Piranhas.
Quando somados todos os fatores, facilmente chega-se à serena conclusão de que o conglomerado de veículos construído pelo sertanejo de Jatobá, João Pereira de Moura Neto, como gosto de chamar João Gregório, é um caso sui generis em terras paraibanas.
A própria história de João é um capítulo à parte. Saído de São José de Piranhas, encravada no Sertão, ele superou descrenças e removeu barreiras na sua empreitada para erguer, pacientemente, tijolo a tijolo, um grupo sólido e de reconhecida influência estadual na Comunicação do seu Estado.
Coisa para quem tem tino para os negócios, fé e coragem para enfrentar, sem se render, aos sacolejos da dura jornada de empreender num País que é um convite à zona de conforto e acomodação pelas vias das ‘estabilidades’.
Com ele, eu, que enveredei neste trilho, em proporção bem menor e ainda em fase de semeadura, aprendo a cada dia. A cada gesto de simplicidade, paciência e reconhecimento.
Por tudo, é preciso tirar o chapéu, duplamente. Para o CNPJ do fenômeno Arapuan. E para o CPF do líder desbravador. Duas histórias inspiradoras em um Brasil em que as falências crescem na velocidade do galope de 12%.
Hoje, publico a resposta do Assessor de Comunicação da Prefeitura de Campina Grande, jornalista Marcos Alfredo as críticas feitas pela cantora paraibana Elba Ramalho ao São João de Campina Grande. Leia e tire as suas conclusões.
A velha Elba que detonou a transposição está de volta
Para uma festa este ano predestinada a enfrentar eventuais polêmicas, a edição 2017 do Maior São João do Mundo coloca em sua coleção mais um "moído", que tem agora como protagonista a cantora paraibana Elba Ramalho. Em declarações à imprensa de Pernambuco, a artista faz críticas veladas ao fato de que a grade junina de Campina Grande contempla em larga escala os colegas sertanejos, não seguindo o exemplo de Barretos (SP), onde o rodeio e a Festa do Peão, segundo ela, é porta fechada para o forró.
Ao contrário do que ela disse em Caruarú, o São João de Campina Grande mantém em sua programação o irreverente Biliu de Campina (que se apresentou na abertura da festa, sexta-feira passada, e tem shows no palco principal do PP e na Locomotiva Forrozeira programados) e o forró pé-de-serra "come no centro", literalmente, no Parque do Povo, espalhado nos palhoções ou ilhas, para deleite dos turistas.
Calada, Elba é uma sábia respeitável. Se dependêssemos da boa vontade da longeva cantora, as águas da transposição do Rio São Francisco estariam a milhares de quilômetros do Açude Epitácio Pessoa, principal manancial que abastece Campina Grande e outros 18 municípios da região. De forma ardorosa, Elba se levantou contra a obra, alegando que isso poderia prejudicar o "Velho Chico", fazendo coro com artistas dos estados onde o problema da água sequer é uma ameaça. Sempre se soube: transposição e revitalização do rio secular não são mutuamente excludentes. Graças a Deus, a voz de Elba não foi decisiva para essa questão tão essencial para 12 milhões de nordestinos.
A sofreguidão midiática de Elba agora mira o Maior São João do Mundo, onde a artista de Conceição há mais de 30 anos tem um contrato cativo para o dia 23 de junho. Virou tradição. Bom para as finanças dela, principalmente porque se dá ao luxo de cobrar cachê exorbitante, aparentemente imune às críticas.
Essa questão de cachê, aliás, foi motivo, em 2015, para o exercício de censuras oportunistas de Elba. Ela opinou que o poder público, no Nordeste especialmente, bancava valores muito altos para os artistas. Não se tem conhecimento, até agora, de qualquer gesto da parte dela de, num raro ato de coerência, tenha reduzido o próprio cachê pago por Campina Grande.
Este ano, Elba não precisa ter esse peso, nunca demonstrado, na consciência. Os cachês no Parque do Povo são bancados com dinheiro privado de patrocínios exclusivamente. O novo modelo de Parceria Público Privada (PPP) assumido pela Prefeitura está permitindo, por exemplo, que da economia com a festa, a gestão municipal invista na construção de um moderno Hospital da Criança e do Adolescente. Um bom mote para Elba defender, por aí afora, tendo Campina Grande como fonte de inspiração. Mas ela jamais fará isso: é mais fácil conquistar as atenções e os holofotes jogando para a galera da classe artística, nem que para isso ela abra mão da coerência, do senso de justiça ou de querer impor ao público um padrão só de gosto musical.
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